Levantamento aponta quanto o isolamento interferiu na escolha dos brasileiro
Um levantamento inédito da Brain Consultoria Estratégica, divulgado no dia 4 de setembro (04/09/2020), revela um aumento significativo na intenção de compra de imóveis no Brasil. Com base em entrevistas com 689 consumidores, a pesquisa aponta que a intenção de compra nos próximos dois anos subiu de 20%, em abril, para 40% em agosto.
A crise também mudou a relação entre imóveis lançados e vendidos, e que caminhava até o início da pandemia, em março, de forma equilibrada. No primeiro semestre deste ano, o número de vendas (71.109) foi 89,1% superior ao número de lançamentos (37.596) em todo o país. “Isso mostra que a pandemia impactou muito mais lançamentos do que vendas”, diz Fábio Tadeu Araújo, sócio-diretor da Brain.
Vendas em crescimento
Dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) apontam que em julho o volume de crédito atingiu 10,82 bilhões de reais, um crescimento de 16,7% em relação a junho e de 61,5%, frente ao mesmo período de 2019. Segundo a associação, foi o melhor julho desde 2013. No acumulado do ano, entre janeiro e julho, os empréstimos destinados à aquisição e construção de imóveis alcançaram 54,17 bilhões de reais, alta de 34% em relação a igual período do ano passado.
Taxas menores: oportunidades
Taxas de juro que cabem no bolso do consumidor. Com a Selic, na mínima histórica, em 2% ao ano, os grandes bancos têm cobrado juros entre 6,99% ao ano até 8,15% ao ano nas linhas de financiamento imobiliário. Em 2014, no auge do boom imobiliário, a taxa média cobrada era de 9,23%. Nesta época, o volume de crédito emprestado chegou em 112,9 bilhões de reais.
Além de taxas mais atrativas, o consumidor agora tem outras opções de financiamento, como linha corrigida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Na Caixa, por exemplo, nesta linha, a taxa mínima cobrada é de IPCA+ 2,95% ao ano e taxa máxima de IPCA+ 4,95%. Desde o lançamento em julho do ano passado, a Caixa já emprestou 12 bilhões de reais. “O IPCA foi reduzindo e esta linha está mais atrativa”, explicou Pedro Guimarães, presidente do banco, em coletiva realizada na semana passada. O executivo afirmou ainda que a possibilidade de prorrogação do pagamento do financiamento para quem comprasse um imóvel novo ou usado também incentivou o consumidor. “Demos seis meses de carência para compra de imóveis e houve uma grande procura.”
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