Papel desempenhado pelo setor tem sido fundamental na recuperação economica
Um levantamento feito pela Datastore, empresa especializada em pesquisas no setor imobiliário, mostra que as intenções de compra de imóveis para os próximos 2 anos vêm apresentando um aumento no Brasil. Segundo essa pesquisa, os números passaram de 8,75%, em junho, para 23,10% em agosto, uma recuperação nunca antes vista. "Economicamente falando, o mercado imobiliário é o mais saudável da economia brasileira atualmente", destaca Marcus Araújo, CEO e fundados da Datastore.
Esses números corroboram os dados levantados pela Brain Consultoria Estratégica, que apontam um cenário ainda mais positivo
RETOMADA NO SETOR DA CONSTRUÇÃO
Grande empregador de mão de obra, a indústria da construção pode voltar a ter papel decisivo na normalização do mercado de trabalho – que continua a registrar altos índices de desocupação.
Uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que o setor continua a registrar desempenho positivo depois da forte queda da atividade em abril. De acordo com o relatório, os índices de evolução do nível de atividade e do número de empregados mantiveram em agosto a trajetória de recuperação observada desde maio. O índice de evolução do nível de atividade registrou 51,4 pontos em agosto, 3,3 pontos mais do que em julho. Esse é o maior índice desde junho de 2011, “o que revela melhora significativa na comparação com o mês anterior”, diz a CNI.
Divulgada alguns dias depois, com dados relativos a setembro, outra pesquisa sobre o setor – com nome semelhante, a Sondagem da Construção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) – não apenas confirma as tendências apontadas pela CNI, como indica sua persistência. O Índice de Confiança da Construção subiu de 87,8 para 91,5 pontos entre agosto e setembro.
Mas essa avaliação não se aplica a todo o setor. “A área de serviços foi mais penalizada e registra mais dificuldade em se recuperar, assim como o mercado de edificações comerciais”, ressalva a coordenadora da pesquisa da FGV. Do lado positivo, “o segmento de edificações residenciais avança mais rapidamente, confirmando o bom momento do mercado, impulsionado pelas taxas de juros mais baixas e pela maior oferta de crédito”.
Indicador expressivo da evolução das vendas e da construção de moradias, o volume de financiamentos bateu recorde em agosto, tendo alcançado o valor de R$ 11,7 bilhões, com alta de 8,3% em relação a julho e de nada menos que 74,7% sobre os resultados de agosto do ano passado. São dados da pesquisa da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
No resultado acumulado dos oito primeiros meses do ano, a alta foi de 39,8%. O total de empréstimos para compra e construção de moradias de janeiro a agosto deste ano foi de R$ 65,9 bilhões. O principal fator para essa alta, como apontado pela pesquisadora da FGV, é a taxa de juros baixa. A taxa média de 7,16% ao ano, observa a Abecip, torna a parcela mensal do financiamento equivalente ao aluguel em muitos casos, o que incentiva a compra da casa própria.
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