A taxa básica de juros da economia foi reduzida novamente. A medida é uma forma de acelerar a economia.
O Copom (Comitê de Política Monetária) se reuniu nesta quarta-feira, 18 de março de 2020, e decidiu reduzir a taxa Selic em 0,5 pontos percentuais, de 4,25% para 3,75%. Essa é a menor taxa Selic da história e contraria a decisão anterior do órgão de encerrar a série de cortes.
Com o agravamento da crise do coronavírus, entretanto, o colegiado mudou o discurso no começo de março e voltou a deixar a porta aberta para uma queda da taxa. "À luz dos eventos recentes, o impacto sobre a economia brasileira proveniente da desaceleração global tende a dominar uma eventual deterioração nos preços de ativos financeiros", disse, reforçando que as duas semanas seguintes permitiriam uma avaliação mais precisa dos impactos da disseminação da covid-19.
A possibilidade de uma nova queda ganhou ainda mais força nesta semana, depois de o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) realizar a segunda reunião extraordinária em menos de 15 dias. Desde o começo do mês a autoridade monetária americana diminuiu a taxa básica de juros da faixa entre 1% e 1,25% para entre 0% e 0,25% ao ano.
A Selic vem testando mínimas históricas desde o fim de 2017, quando ficou em 7%. Até então, o menor patamar desde o início do regime de metas de inflação, implantado em 1999, havia sido atingido em 2012 e 2013, quando a taxa ficou em 7,25%.
Por que a Selic caiu novamente?
A redução da Selic tem como grande objetivo estimular a economia. Hoje, com o avanço da epidemia de Covid-19, todos os setores vêm sendo afetados. É exatamente por conta desses impactos que o Copom decidiu reduzir a Selic, pensando em estimular a economia.
O Brasil não é o único país a tomar essa atitude: na semana passada, o FED (Banco Central dos Estados Unidos), também reduziu sua taxa de juros em um ponto percentual, levando-a a quase zero. A medida é parte dos esforços emergenciais que vêm sendo aplicados no mundo todo para ajudar a economia em tempos de crise. Canadá, Reino Unido, Japão, Suíça e membros da União Europeia são países que também anunciaram medidas emergenciais coordenadas com o Fed.
Taxa Selic hoje: como isso me afeta?
Com a última decisão do Banco Central, a taxa Selic hoje está em 3,75%. Toda vez que há uma mudança nela, podem haver impactos no dia a dia das pessoas comuns. Com a Selic em baixa, a tendência é que as taxas de juros em geral diminuem e fiquem próximas deste patamar – na prática, o crédito pode ficar mais acessível, com taxas mais baixas. Além disso, rendimentos atrelados à Selic também são afetados – quando ela cai, o mesmo acontece com a remuneração de, por exemplo, poupança, investimentos em Renda Fixa e títulos do Tesouro Direto.
Por que a Selic varia?
Podemos dizer que:
- Ao aumentar a Selic, o objetivo é desacelerar a economia, impedindo a inflação de ficar muito alta;
E, ao baixar a Selic, o objetivo é estimular o consumo e aquecer a economia, aumentando a inflação quando essa está abaixo da meta.
Lembrando que nem sempre a inflação é ruim; na verdade, quando controlada, ela é um sinal de que a economia está aquecida e crescendo de forma saudável – exatamente por isso, todo país possui uma meta de inflação a ser alcançada no ano, que indica crescimento e bom andamento da economia.
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